domingo, 16 de novembro de 2008

A EVOLUÇÃO DO DESIGN DO PERSONAGEM BATMAN NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Gente, olha só que bacana! De uma sugestão minha de aula os estudantes fizeram um artigo científico com um super detalhamento das mudanças visuais do Batman nos quadrinhos desde sua origem. Era para ser um poster, mas o estudo foi tão produtivo que virou um grande artigo (em tamanho e em qualidade!).

AQUI o link aqui da publicação deste artigo científico que orientei:

Abraços ao Lucas Vogelmann e ao Fernando Busch da ULBRA!

sábado, 15 de novembro de 2008

Design ULBRA no XVI Seminário de Iniciação Científica, XIII Jornada de Pesquisa e a IX Jornada de Extensão da UNIJUÍ - Felipe Stanque Machado Junior

No dia 24 de setembro de 2008 o prof. Felipe Stanque viajou alunos do Curso de Design da ULBRA Carazinho para apresentarem suas pesquisas no XVI Seminário de Iniciação Científica, XIII Jornada de Pesquisa e a IX Jornada de Extensão da UNIJUÍ, em Ijuí, RS, distante 120 km da Carazinho. O objetivo foi apresentar à comunidade acadêmica os trabalhos desenvolvidos dentro do curso da ULBRA e, em especial, compartilhar conhecimentos com os acadêmicos do Curso de Design da UNIJUÍ.
No total, o Curso de Design da ULBRA teve aprovados 20 trabalhos, fato que acabou por merecer uma moção da Câmara Municipal de Carazinho! Dos trabalhos apresentados, o prof. Felipe Stanque, Coordenador de Pesquisa no Curso, estava envolvido em cinco. Abaixo, as fotos dos pesquisadores carazinhenses.







Trabalhos apresentados pelo prof. Felipe Stanque:
  • MAGENTA: UM NOME DE COR DESCONHECIDO;
  • A FALTA DE UNIDADE ESTÉTICO-FORMAL NO PROJETO DE TUNING AUTOMOTIVO: ABERRAÇÕES EM NOME DA PERSONALIZAÇÃO;
  • DESIGN DE MASCOTE PARA MARCA DE ALIMENTOS PARA PÁSSAROS -em co-autoria com o aluno Auri de Almeida Pinto.
  • ESTUDO SEMIÓTICO EM PROJETO DE EMBALAGEM DE CREME PARA CUIDADO PESSOAL MASCULINO - em co-autoria com o aluno Lucas Graebin Vogelmann.
  • DESIGN DE ESTAMPAS PARA ROUPAS DE CAMAS INFANTIL - trabalho da acadêmica Daniela Dalla Rosa, orientado pelo prof. Felipe.

Felipe Stanque Machado Junior no IHC' 08 - VIII Simpósio Brasileiro de Fatores Humanos em Sistemas Computacionais

Pesquisa sobre tipografia em ambiente virtual 3D.
Link para a apresentação agendada:
http://www.inf.pucrs.br/ihc2008/pt-br/categorias.php?conteudo=Categorias%20de%20Submiss%C3%A3o&tipo=poster

É apresentado o desenvolvimento de um ambiente virtual tridimensional para exposição sobre design tipográfico. Tal exposição virtual, desenvolvida com a ferramenta Quest3D, permite a interação reativa dos expectadores com os trabalhos expostos, frutos de pesquisas e projetos tipográficos desenvolvidos no curso de Design da Universidade Luterana do Brasil no campus de Carazinho, RS.

Currículo Lattes do pesquisador Felipe Stanque Machado Junior onde são listadas suas pesquisas sobre ambientes virtuais em educação:
http://lattes.cnpq.br/1055302067904510

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cartaz do CONDERS 2008


Ilustração e projeto gráfico de Felipe Stanque Machado Junior, 2008. Proibida a reprodução sem autorização do autor.
Estamos aguardando apoio financeiro do CNPq para esta segunda edição do evento...


Colaborei com pesquisa de TCC

Hoje uma estudante de publicidade me questionou buscando respostas para sua pesquisa de conclusão de curso. Vai abaixo a pergunta e a minha resposta:

1- Considerando que você é um profissional que representa uma das atividades mais importantes na gestão, criação e manutenção das marcas dos clientes, o que você tem a dizer sobre a função que você desempenha dentro deste contexto [...]


Posso afirmar que meu papel é garantir que investimentos para a visibilidade da empresa sejam bem planejados e aplicados. A visibilidade da marca é fator base da promoção e, no meu caso, como sou um especialista em comunicação visual, me detendo na imagem visual que a empresa apresenta ao público. O desenho de marca deve ser bem executado para que seja adequado conceitualmente e que funcione na hora de comunicar – nos mais diferentes meios e pontos de contato com os clientes.
Hoje afirmo que um grande campo de atuação é redesenho de logotipos e símbolos de empresas. Há muitas empresas que crescem, que têm qualidade em todos os aspectos –exceto na imagem gráfica, o que é mais evidente e perceptível a um primeiro momento pelo consumidor. A imagem da empresa deve ser compatível em qualidade com as melhores empresas do ramo. Não só no logotipo, mas nos ambientes, nos uniformes, na publicidade... em tudo o que é visual.
Ora, um novo cliente que não conhece a empresa tem, muitas vezes, uma má impressão da empresa já num primeiro momento de contato com um anúncio, com o ambiente da empresa, etc, pois a única informação que lhe é passada é uma informação visual inadequada ou mal produzida. Os empresários precisam entender de uma vez por todas que os clientes têm necessidades que não são apenas quantitativas. O consumidor tem sede natural pelo que é belo, por produtos, serviços e ambientes esteticamente adequados a ele. É nisto que trabalho, basicamente, agregando valor por soluções esteticamente adequadas - e muito funcionais antes de tudo! E isto traz muito lucro para a empresa que acredita em design profissional e competente (e não nos MUITOS amadores que existem por aí...).
Felipe Stanque Machado Junior – desenhista industrial/programador visual –

felipestanque-blogger@yahoo.com.br
- http://felipestanque.blogspot.com

terça-feira, 11 de novembro de 2008

COM A JUVENTUDE NO MOODLEMOOT BRASIL 2007

Encontrei mais dois Felipes em São Paulo, no Mackenzie, quando fui ao encontro dos usuários e desenvolvedores do Moodle.



Na foto, eu no centro. À esq., Felipe Buarque de Queiroz, e à dir, Felipe Luciani Gomes de Lima, graduandos em Ciências da Computação pelo Instituto de Computação da Universiade Federal de Alagoas. Juventude consciente ajudando o Moodle!

sábado, 1 de novembro de 2008

Fotógrafo no MoodleMoot Brasil 2008

Com minha Canon Rebel bati algumas fotos no MoodleMoot Brasil 2008. De última hora acabei levando meu equipamento mais profissional e não resisti a fotografar.
Confira como foi a abertura do evento. Nas fotos seguintes, respectivamente: discursos, a pausa para o café, a professora Paula De Waal, Marcos Telles e o discurso de Martin Dougiamas especial para o evento brasileiro.
Evento maravilhoso! Muito bem organizado -e com um coffe brake sensacional!

As imagens estão em alta resolução.





















quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Tutorial: Instalação do Moodle 1.9.2 no Linux Ubuntu

Para instalar o Moodle no Ubuntu há diferentes caminhos. Muitos usuários preferem instalar o Apache2, o MySQL-server e o Moodle esolhendo estes pacotes no Gerenciador de Pacotes Synaptic do Ubuntu. No entanto, abaixo é explicada uma outra maneira igualmente fácil. Usuários do Linux um tanto inexperientes vão apreciar.

Bom proveito!
Felipe



T U T O R I A L
Instalação do Moodle 1.9.2 no GNU/Linux Ubuntu 8.04 com o XAMPP (LAMPP) for Linux 1.6.7



Neste método, antes de tudo, é preciso baixar os pacotes do XAMPP e do Moodle – normalmente via Web. O XAMPP para Linux é encontrado aqui:
http://www.apachefriends.org. O pacote do Moodle que deve ser baixado é o pacote padrão (Standard Moodle Distribution), no próprio site moodle.org (não baixe o pacote para Windows nem para Mac).

Certifique-se que o seu Ubuntu não tem instalado o apache2 e o mysql-server (podemos confirmar digitando estas palavras na busca insterna do Synaptic).

Se estiverem, fica aqui sugerido desativar estes pacotes, pois o XAMPP cumprirá o papel deles.
Na última instalação que fiz do Moodle no Ubuntu hoje usei os pacotes denominados
xampp-linux-1.6.7.tar.gz e moodle-1.9.2.zip. Embora sejam arquivos compactados, não use no Ubuntu ferramentas para descompactação do tipo Winrar. O melhor é descompactar via comandos no terminal.

Para instalar o XAMPP, siga os comandos explicados no site da Apache Friends:
http://www.apachefriends.org/en/xampp-linux.html#377

Assim será criada a pasta
/opt/lampp.
Depois de instalado, digite no terminal:
sudo /opt/lampp/lampp start
Para iniciar o MySQL, digite:
sudo /opt/lampp/lampp startmysql
Assim, quando digitar
http://localhost/ no seu navegador, aparecerá a tela WELCOME TO XAMPP FOR LINUX 1.6.7. No item status, deve aparecer a seguinte situação:

MySQL database - ACTIVATED
PHP - ACTIVATED
Perl - ACTIVATED
Common Gateway Interface (CGI) - ACTIVATED
Server Side Includes (SSI) - ACTIVATED

Pronto, o servidor já está inicialmente configurado. Instalemos agora o Moodle.
O conteúdo do arquivo moodle-1.9.2.zip pode inicialmente ser extraído para a área de trabalho do seu Ubuntu. Depois dê o seguinte comando no terminal:
sudo mv moodle /opt/lampp/htdocs/. A pasta com todo o Moodle –e seus componentes– será movida para o local apropriado, a pasta htdocs do servidor que abriga os web sites que você administra.

Antes de configurarmos o Moodle, precisamos criar e configurar rapidamente, por meio do phpMyAdmin (
http://localhost/phpmyadmin/), o banco de dados para o Moodle usar depois. Na página principal do phpMyAdmin vá em “criar novo banco de dados” (com opção “Collation”). Crie um banco chamado, por exemplo, “moodle20082”.

Na configuração “Privilégios ” do phpMyAdmin criemos um novo usuário chamado também de “moodle20082” (use “moodle20082” também omo senha), que deve utilizar o servidor “localhost”. Este usuário deve receber TODOS os privilégios no item “privilégios globais”.

Para iniciar a configuração do Moodle, navegue para
http://localhost/moodle.
Ao ser solicitado um endereço web para o Moodle, informe
http://localhost/moodle.
Para o banco de dados, informe o local
/opt/lampp/var/mysql/moodle.


A tela seguinte, deve ser configurada assim a base da dados:
Tipo: MySQL (mysql)
Servidor hospedeiro: localhost
Base de dados: moodle20082
Usuário: moodle20082
Senha: moodle20082
Prefixo da tabelas: (deixar o padrão) mdl_

Na tela seguinte, aceitemos baixar o pacote de idioma.
Depois de instalaldo o Moodle, para ativarmos as funcionalidades em AJAX, devemos cuidar os seguintes procedimentos:

Você deve estar configurado como administrador do Moodle. Cofigure isto no seu “Perfil”, na aba “Funções” - > Administrador. Faça com que seu nome esteja inserido na lista de administradores.

Como administrador, na tela de entrada do Moodle, vá no menu

“Administração do site” -> Aparência -> Ajax e Javascript. Marque “Habilitar AJAXclass” (enableajax) e desmarque “Disable AJAX course editing” (disablecourseajax).

Agora voê pode arrastar e soltar os blocos do Moodle, igualzinho ao que é possível no MeuYahoo!, pois o Moodle utiliza as bibliotecas desenvolvidas pela equipe do Yahoo!

:-)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Entrevista com o designer Rogério Abreu -por Felipe Stanque Machado Junior

Prof. Felipe Stanque
1º semestre de 2006 - Curso de Design da UNIJUÍ


De maneira muito simpática e receptiva o designer Rogério Abreu respondeu às perguntas do curso de Design Gráfico da UNIJUÍ. Depois de conhecermos um pouco mais sobre sua trajetória e assistirmos às aberturas de novelas projetadas pelo designer, eu e os alunos e do componente Produção da Imagem III fizemos nossas indagações. Ficamos muito felizes por Rogério ter aceitado o convite para esta entrevista, sendo ele uma grande referência para os futuros designers e para todos os profissionais de videografia.

Dentre os projetos para a Rede Globo nos quais Rogério esteve envolvido, podemos citar as aberturas de O Beijo do Vampiro, Sabor da Paixão, Malhação (versão e marca desde 2002 até maio de 2006), A Grande Família, A Casa das Sete Mulheres, Coração de Estudante, As Filhas da Mãe, O Quinto dos Infernos, JK, Salsa e Merengue, O Clone, Desejos de Mulher, O Sitio do Pica Pau Amarelo e Cabocla.


Nesta entrevista ele aproveita para nos contar um pouco mais sobre seu trabalho e sobre seu projeto de mestrado na PUC Rio, no qual desenvolve de uma metodologia de ensino a ser aplicada especialmente ao design de vídeo nos cursos de graduação.



Daniela Cantarelli – Como foi o início de sua carreira como designer?
Já na própria faculdade (UFSM) no curso de desenho Industrial, programação visual, comecei minhas atividades como estagiário no setor de divulgação da própria instituição de ensino, posteriormente passando por agências de propaganda da cidade de Santa Maria. Após a conclusão do curso fui selecionado como o único estagiário gaúcho para a multinacional "Standart Ogiolvy Mather" no Rio de Janeiro, onde a empresa faz seleções anuais de estudantes em fase final de curso, após o estágio, fui indicado para a Pós Imagem Design onde permaneci por dois anos, sendo convidado pelo grande desenhista Ziraldo para ser designer de sua revista de humor "Bundas", que durou dois anos, após desenvolvi alguns trabalhos para a GAD design em Porto Alegre, e finalmente iniciei minhas atividades na Tv Globo na equipe de Hans Donner como Diretor de Arte de vinhetas de aberturas para a emissora.

Prof. Felipe Stanque – Durante a graduação na UFSM você teve algum contato com vídeo design?
Muito pouco, na realidade sempre fui um curioso e por esta razão sempre estive envolvido em cursos e com profissionais dessa área, destaco no nome do cineasta Sérgio Assis Brasil, onde tive a oportunidade de desenvolver alguns projetos na área de cinema, mas no curso este tipo de atividade era muito restrito, dada a precariedade de recursos, principalmente por ser uma instituição pública muito focada no design gráfico e por ser um curso novo em processo de reestruturação metodológica e curricular.

Rodrigo Padilha – Durante sua formação quais foram as suas fontes de estudos complementares, fora de aula? Quais eram seus “ídolos” profissionais?
Freqüentava muito a biblioteca central da universidade (UFSM) , onde me instruía com bibliografias na área de televisão, cinema e design, participava de eventos nacionais como o tão famoso N Design que é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas e assuntos mais focados, além de cursar workshops com profissionais respeitados no cenário profissional nacional e internacional, assinava revistas da área de design e propaganda, e estava sempre buscando cursos de aprimoramento além de participar de pesquisas científicas. Quanto a ídolos, sempre fui um curioso em conhecer mais profundamente o trabalho de Hans Donner (pela fama), o qual acabei trabalhando a seu lado na Tv Globo, David Carson, Milton Nunes um design menos famoso na Tv Globo, mas não menos importante nas criações de vinhetas tendo tanta importância histórica quanto Hans Donner, Gustavo Garnier um super designer e ilustrador que fez parte da equipe de Hans Donner nos anos 80, Pojucan que faz tudo para o Casseta e Planeta, Sandra Kogut uma super videodesigner autoral, Arlindo Machado pesquisador na área de televisão, Sidney Aznar e outros internacionais que hoje servem como fonte de estudos no mestrado que estou fazendo na PUC-Rio onde desenvolvo um projeto de Metodologia para o ensino acadêmico de Videodesign, onde exploro as técnicas de criação, evolução, envolvimento dos projetos como o contexto social e sua relevância como arte utilizando análises na questão de criatividade, recursos de animação e técnicas de criação e produção e teoria da recepção estética.

Jonas Souza – Como conseguiu chegar à Rede Manchete para trabalhar com vídeo design? Quais seus principais projetos naquela emissora?

Na Manchete, por incrível que pareça, fui trabalhar como ator em Mandacaru e acabei fazendo a vinheta de abertura por não existir um departamento nem profissionais desta área na emissora, acabei fazendo a novela como ator e cuidando de toda a parte gráfica e efeitos especiais, desenvolvi mais alguns projetos, mas logo a empresa entrou em processo de falência.

Cínthia Becker Tischer – No que você se inspirou e quanto tempo levou para produzir a abertura de Malhação?
Em todo projeto, seja ele qual for, devemos primeiro entender para que público estamos comunicando, e que tipo de linguagem este público se identifica, como Malhação estava num processo de reestruturação e devido ao seu grande sucesso tanto no Brasil quanto no exterior com o caso de Portugal com o nome de "New Wave", que já perdura por mais de dez anos, me foi passado a responsabilidade de inovar na linguagem gráfica da vinheta de abertura. Através de pesquisas de recursos de linguagem e entrevistas, cheguei a algumas conclusões do tipo, o público curte ver os atores desta novela na abertura, este mesmo público se identifica com velocidade, grafismos modernos, bidimensão, ou seja, nada de tridimensional nem degrades nem nada que lembre o tão conhecido estilo Hans Donner, este público queria algo novo, que lembrasse um pouco o estilo MTV e canais internacionais e houvesse uma identificação imediata, foi um grande desafio transpor regras pré-estabelecidas de linguagem já definidas que é o caso da Tv Globo, onde quase tudo tem um pouco da marca de Hans Donner, o que procurei fazer foi mudar este processo, fugir dessa linguagem e satisfazer visualmente o que o público exigia enquanto visual inovador, fugindo da computação gráfica como fator de primeiro interesse no projeto, busco em meu trabalho deixar os recursos tecnológicos como coadjuvantes e coloco a criatividade como protagonista, sempre. Uma abertura como de Malhação leva em média três meses para ser criada e produzida, neste caso utilizamos fotografia dos atores e temos que dispor de tempo para realizar este trabalho que demanda muito suor para produzir, visto que os mesmo gravam todo dia e é muito difícil convencer o diretor a parar para uma sessão fotográfica.

Cínthia Becker Tischer – Na abertura de “O Beijo do Vampiro” quais softwares foram utilizados?
Foi utilizado além de um story board manual, muitos desenhos sem o auxílio do computador, mais de 8.000 desenhos, os mesmos foram digitalizados, e trabalhados em Ilustrator, Photoshop, após temos a interferência de programas de animação, Studio Max, After Effects e outros de edição.

Barbara Gündel – Em média, quanto tempo você dispensa para desenvolver uma abertura, como por exemplo, a da novela “O beijo do Vampiro”?
No caso do Beijo do Vampiro levamos em média três meses, e cabe aqui ressaltar o nome de Rubinei Abreu, por acaso meu irmão, também formado na UFSM, um super ilustrador diretor de criação do portal Terra em São Paulo e que foi fundamental como colaborador deste projeto trabalhamos arduamente, entre produção de story board, criação e personagens, cenários, digitalização, animação e finalização com a inserção da música.


Daniela Cantarelli – Foi você que redesenhou a abertura de “A Grande Família” em 2006?

Sim, A Grande Família, assim como Malhação que citei em pergunta anterior, sofreu uma grande mudança de direção, e este requisitou a mim que estava desenvolvendo um estilo de trabalho inovando visualmente, uma vinheta de abertura e marca que tivesse uma identificação mais imediata com o programa, busquei através de uma pesquisa de texturas dos cenários "Kitcth" do programa para compor a marca e utilizando articulações e deformações dos próprios personagens na animação, traduzindo a comédia, elemento este presente 100% no programa.


Jonas Souza - Qual é considerado o seu melhor trabalho?

É difícil responder uma pergunta como esta, cada projeto é um filho, com sua personalidade, imagem, e cada um com sua percepção, alguns me trazem recordações inesquecíveis como Coração de Estudante, que apesar da simplicidade da abertura, tem muito de minha personalidade, utilizei materiais para compor as colagens que lembram muito de minha vida, infância, universidade, família, amigos, amores, enfim todos os objetos que usei na abertura eram pessoais e representam momentos muito importantes na minha vida, também não posso deixar de citar projetos como a logo do Big Brother Brasil que foi meu primeiro projeto para a Tv Globo. Quando entrei na emissora, já haviam tentado aprovar esta logomarca, cinco profissionais em mais de quinze propostas, consegui aprovar a minha sugestão na primeira tentativa, e isto foi muito determinante para que eu pudesse conquistar espaço e criar os projetos que se seguiram dando destaque para O Beijo do Vampiro, Sabor da Paixão e a Casa das Sete Mulheres.

Prof. Felipe Stanque – Além de participar da equipe de vídeo design, você já participou de projetos em outros setores na Globo?
Depois que saí da equipe de Hans Donner fui para outros setores experimentar outros departamentos da Tv Globo como efeitos especiais, comunicação,cenografia e direção e arte em produções como Big Brother, Sitio do Pica Pau Amarelo e outros.

Daniela Cantarelli – Onde você busca inspirações para seus projetos? Existe partilha de informações com os designers mais “velhos”, experientes?
Com certeza, sempre trocamos conhecimento, experiência, recebemos e emitimos sugestões, mesmo quando não estamos diretamente envolvidos com tal projeto , indiretamente temos a obrigação de sugerir, opinar, criticar, e receber também quando estamos responsáveis pelo projeto em questão. Esta troca é constante, afinal trabalhamos em equipe e nunca podemos esquecer disso.


Rodrigo Padilha – Dentro da Rede Globo como se dão os processos de criação, briefing, levantamento de idéias, croquis... Enfim, quais são as etapas até se chegar a finalização de uma vinheta, por exemplo?

Quando é lançado o projeto de teledramaturgia, a equipe de produção, autor e diretor se reúnem com o designer que será o responsável por aquele projeto indicado pelo chefe do setor, no caso Hans Donner eo diretor de comunicação e divulgação, nesta primeira reunião é passado o briefing e marcado uma segunda reunião para exposição dos croquis e idéias centrais, a partir dessa aprovação começa o processo de pesquisa de técnicas de criação, animação, recursos de produção e solicitação de profissionais para compor a equipe de execução. Normalmente este processo leva em média três meses.

Rodrigo Padilha – Como todo profissional, sempre a gente sonha com dias melhores, ou seja, crescer dentro do mercado de trabalho. Hoje, com a experiência que você já adquiriu, você almeja abrir uma empresa própria? Se já abriu, poderia falar a respeito?
Hoje, eu trabalho por conta, ou seja, meu vínculo com a Tv Globo é de parceria, sou requisitado para desenvolver alguns projetos, assim como para outras emissoras como MTV, Band e outras internacionais,dessa forma me sinto mais livre para criar e desenvolver outras linguagens, paralelo estou teorizando o videodesign no meio acadêmico, acredito que os dias melhores, se constituem de um dia após o outro, hoje você tem um objetivo, amanhã ele muda radicalmente, no meu caso, sempre sonhei na liberdade de criação e expressão, por isso resolvi deixar de ser funcionário de uma emissora específica para poder explorar mais meu trabalho no campo criativo. Ontem meu sonho era trabalhar com Hans Donner, hoje meu sonho é fazer meu trabalho de maneira profissional e inovadora de forma que meu nome continue sendo requisitado pelos clientes e não ser mais um profissional que vive na sombra de um outro já renomado.


Prof. Felipe Stanque – Rogério, e sobre a regulamentação da profissão de Desenhista Industrial/Designer, qual a sua opinião?

Caro Felipe, não tenho uma posição muito clara quanto a regulamentação da profissão, tendo trabalhado todos estes anos dessa forma não consigo colocar este pré requisito na prática, acho que poderia ajudar e atrapalhar depende do contexto de aplicação, quem sabe quando estivermos nos aposentando esta regulamentação saia do papel, enquanto isso nossa preocupação deve ser em nossa excelência enquanto profissionais, impor para o mercado cada vez mais a necessidade do designer e a importância dessa profissão para o progresso sociocultural e econômico brasileiro.

Prof. Felipe Stanque e Barbara Gündel – Como você percebe a realidade profissional dos vídeo designers no nosso país?
Acredito que ainda é uma profissão muito restrita aos grandes centros urbanos, mas o crescimento é notório e o surgimento de cursos especializados nesta área nos faz sentir o crescente interesse pela renovação profissional e absorção cada vez mais presente com o surgimento de novas emissoras no Brasil assim como o interesse no videografismo por parte do cinema também bastante crescente no país, sou muito otimista e procuro acreditar que cada vez mais os espaços terão se ampliar e precisamos de profissionais especializados para preencher estas necessidades.

Daniela Cantarelli – Qual sua visão sobre o design brasileiro? E sobre o campo de trabalho para os novos designers?
Como respondi na pergunta anterior, sou muito otimista, acredito que cada vez mais o mercado necessitará de presença indispensável da figura do designer, seja na Internet, na programação visual, no produto, na moda, na televisão, cinema, editorial, embalagem, enfim, como estou no mercado há mais de dez anos presenciei a evolução da profissão, assim como a desvalorização de projetos com os avanços tecnológicos e a oferta de profissionais no mercado cada vez maior, há cada ano surgem mais e mais profissionais e a competição passa a ser acirrada exigindo profissionais diferenciados, especializados e competitivos.

Prof. Felipe Stanque – Você está desenvolvendo uma pesquisa de mestrado na PUC do Rio, na qual propõe uma metodologia de ensino para videodesign em universidades. Poderia falar um pouco sobre este projeto?
O videodesign no Brasil é um tema freqüentemente abordado por acadêmicos e estudiosos especializados. A crescente evolução tecnológica e a grande quantidade de projetos práticos relevantes desenvolvidos ao longo das últimas décadas, assim como as técnicas nestes utilizadas, contribuíram para a crescente participação do designer e principalmente, para o crescimento e aprimoramento da qualidade da televisão brasileira. Acrescente-se a isso o fato de que se trata de um assunto polêmico, justamente por envolver a computação gráfica, elemento facilitador e cada vez mais determinante na criação e execução de projetos. Deparamo-nos, assim, com a necessidade de investigação e análise da história recente do videodesign no Brasil, buscando uma compilação de textos sobre o assunto e a teorização ainda pouco existente no meio acadêmico.Em breve histórico sobre o vídeo, sabemos de sua chegada relativamente cedo no Brasil e que o mesmo se tornou muito rapidamente um dos principais meios de expressão das gerações que despontaram na segunda metade do século XX. Em fins da década de 60, apenas dois ou três anos após seu lançamento comercial no exterior, os primeiros modelos portáteis de videoteipe começaram a aparecer no Brasil. Esse equipamento havia sido colocado no mercado pela indústria eletrônica japonesa para uso privado em empresas, visando ao treinamento de funcionários, mas nada impedia que, em determinadas circunstâncias, expectativas industriais pudessem vir com ele a ser atendidas. A simples disponibilidade desse aparato eletrônico abriu espaço para a experimentação em videografismo e o surgimento de gerações de profissionais, promovendo o aprofundamento da função cultural da televisão e o avanço na experimentação das possibilidades da linguagem eletrônica aliada ao design, a partir do envolvimento da computação gráfica. Há, entretanto, que se ressaltar que, apesar de ter havido um grande crescimento no videodesign, propiciando o surgimento de grandes projetos, testemunhamos, paralelamente, críticas justamente pela facilidade de recursos tecnológicos, levando a certo descontrole qualitativo a constante repetição de conceitos . Isso se deve a uma ausência de metodologia especificamente aplicada a esta área do design, o que poderá vir a ser revertido em função de sua própria ciência, seu ensino e aprendizado. Afinal, o design só existe pelo objetivo primordial de unir estética e função.Dessa forma, diante da quase inexistência teórica e metodológica do videodesign no meio acadêmico, este projeto deverá buscar, em sua trajetória a influência da linguagem visual nas vinhetas de aberturas na teledramaturgia brasileira.A justificativa para a realização dessa pesquisa é a necessidade de se refletir sobre o processo videográfico em teledramaturgia, devido à quase inexistência de material teórico produzido sobre esse tema, onde texto, vozes, ruídos e imagens simultâneas se combinam e se entrechocam para compor um tecido de rara complexidade, constituindo a própria evidência estrutural daquilo que modernamente convencionamos chamar de videodesign.Sabemos da crescente produção videográfica desenvolvida no país a partir da década de 60 e da difusão da computação gráfica na década de 80, desenvolvendo técnicas cada vez mais apuradas como recurso para utilização prática para o desenvolvimento dos projetos. Nesse sentido, despontaram projetos e profissionais que se tornaram ícones de uma época, cuja influência no crescimento qualitativo da televisão, fez surgir o vídeodesign comercial. Surgiram produtoras de design especializadas no assunto e emissoras de televisão passaram a criar departamentos específicos para videografismo, treinando e qualificando profissionais, elevando, assim, o nível profissional, diferenciando-se em estilo e conceitos. Os créditos de novelas passaram a ser um show à parte no que se refere à informação visual, gerando polêmicas e críticas como produto. Vinhetas de abertura, apoiadas em logomarcas dinâmicas, reforçaram a sua identidade visual específica, personalizando e conceituando cada emissora, o que gera discussões e contribui para a expressão criativa. Dessa forma, a constante evolução videográfica torna-se cada vez mais presente no contexto social e determinante na qualidade visual de uma programação televisiva. Surge então a necessidade de formação e aprimoramento profissional através da criação de cursos de especialização desta área do design, buscando na pesquisa teórica esse assunto específico, envolvendo a produção que revolucionou a criação do vídeo-imagem, seus aspectos mais importantes, processos criativos, estilos, evolução de técnicas, recursos, curiosidades e profissionais relevantes. A investigação da "magia" que tornou o videodesign um assunto tão discutido e polêmico torna-se necessária para que o aprimoramento, através da pesquisa teórica, conquiste cada vez mais espaço dentro do contexto acadêmico, elevando seu nível de excelência da estrutura do projeto e metodologias de desenvolvimento para a prática profissional.Nesse contexto, por meio de vinhetas de aberturas na televisão, analisaremos, nos mais diferentes aspectos, sua evolução como projeto. Sabemos que, numa produção para a televisão, além da função específica de informação de créditos, uma abertura esteticamente bem elaborada é fator de interesse do público telespectador. Tais créditos deixam de ser protagonistas, integrando a composição como mais um elemento, juntamente com a música, imagem e técnica específicas. Uma vinheta de abertura na televisão é hoje considerada a "embalagem" do programa e sabemos da importância de uma embalagem para o êxito do lançamento de um produto no mercado. Paralelamente, dentro do design e da comunicação, a embalagem é fundamental e, para tanto, à vinheta de abertura, no vídeo, tem sido atribuída a mesma importância, despontando-se como valor de uso e fundamental para o sucesso contextual de uma produção. De fato, essas vinhetas passaram a ser analisadas pelo público e por profissionais especializados como obra merecedora de críticas e considerações. Exemplo disso é o fato de que uma vinheta de abertura há muito deixou de ser vista como uma simples vinheta que marca o início de um programa. Sua importância para a produção a que se destina passou a envolver, inter alia, técnicas e recursos de computação gráfica, animação, edição, trilha musical, relação com produto, preocupação com conceitos, autenticidade, estilo e valores de comunicação. Muitas dessas vinhetas se tornaram relevantes para o contexto social devido ao seu envolvimento com a informação e emoção, revelando artistas, resgatando obras renomadas e estilos dentro das artes, viajando, assim, pela forma dos elementos e natureza através de belas paisagens, colaborando com a memória nacional, resgatando imagens e personagens históricos. Tudo isso aliado às mais diversas técnicas de design.Em suma, pretende minha pesquisa refletir sobre a evolução do videodesign no Brasil através das vinhetas de aberturas em teledramaturgia, utilizando-se, para tanto, do levantamento de fontes primárias e entrevistas para, enfim, organizar informações e analisar o processo como um todo.

Prof. Felipe Stanque – Rogério, um recado para os alunos do Curso de Design da UNIJUÍ...
Sejam sempre sonhadores, acreditem e seu potencial e nunca coloquem limites para seus sonhos, aproveitem esta época mágica acadêmica e procurem experimentar o máximo para que no futuro possam aplicar de forma profissional, investiguem, discutam, produzam, utilizem esta época para efetivamente se preparar para o mercado de trabalho, não esperem se formar para começar a se preocupar com a profissão, a competição é cada vez mais presente e só permanecerá no mercado quem realmente for competitivo, a mediocridade está acabando e os maus profissionais terão que buscar outras possibilidades de sobrevivência, tenham sempre na mente que os números de formandos a cada ano aumenta significadamente e quanto mais preparado estiver este futuro profissional, mais chances terá no mercado.

domingo, 28 de setembro de 2008

Felipe Stanque Machado Junior no P&D Design 2008

Apresentarei no P&D Design 2008, dois artigos:

1. DESIGN DE TRADING CARD GAME EDUCACIONAL COM LENDAS
BRASILEIRAS: UMA PESQUISA-AÇÃO VOLTADA AO ENSINO
FUNDAMENTAL DE MATEMÁTICA e

2. O PLANEJAMENTO GRÁFICO DO JORNAL GAZETA REGIONAL
(junto com Jonas Tiago Ribas de Souza, da UNIJUÍ)

Até lá!
> P&D Design 2008 8º
> Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design
> 8 a 11 de outubro de 2008
> Centro Universitário Senac / Campus Santo Amaro




Felipe Stanque Machado Junior no MoodleMoot 2008

Gente: estarei no MoodleMoot 2008, na Mackenzie, em SP capital, com o trabalho "Interface gráfica de ambiente virtual de aprendizagem como potencializadora da interação mútua na educação a distância".

http://www.moodlemoot.com.br/eduead/

Até lá!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Prêmio de melhor atriz para Luciane Vilanova por "Devassidão" - direção e roteiro do curta por Felipe Stanque Machado Junior

Somente lembrando quando dei o primeiro passo no cinema: roteirizei e dirigi no Curso de Extensão de Cinema Digital da UFSM em 2002 o curta "Devassidão", que recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Vídeo e Cinema de Santa Maria para Luciane Vilanova. A Produtora Executiva do "Devassidão" foi a grande Melina Guterrez.
AQUI o link da mostra competitiva do festival.

Ficha Técnica de “Devassidão”:

Produção Executiva: Melina Guterres.
Secretaria Executiva: Daniela Minello.
Direção: Felipe Machado Machado Junior.
Assistente de Direção: Ricardo Rossato.
Direção de Produção: Clarissa Pippi de Medeiros; Daniela Minello.
Assitente de Produção: Hugo Richter; André Assmann.
Direção de Arte: Gabriel Oyarzabal; Marilice Daronco.
Assistente de Arte: Hugo Richter.
Figurinista: Cássia Wesz.
Maquiagem: Maísa Kell; Rose Mary Severino de Almeida.
Direção de Fotografia: Beto Muñoz.
Câmera Man: Henrry Palla.
Assistente de Câmera: Nélio Almeida.
Eletricista: Fulvio Foggiato Godinho.
Microfonista: Hugo Richter.
Continuista: Daniela Minello.
Foto Still: Silvana Macedo.
Making Of: João Carlos Sartori.
Assistente de Montagem: Lucas Saad.
Trilha Sonora: Gerson Rios Leme; Banda Inseto Social.
Música Incidental: Newton Nascimento; Elder Nascimento; José Rock Nascimento; Celso Maciel.
Edição: Línea Produtora de Vídeo (com “Sampaio”, Felipe Stanque Machado Junior e Daniela Minello).

Elenco: Luciane Vilanova; Jader Guterres; Sergio André; Kleber Costa.

Elenco de apoio: Emanuela Roggia; Marina Pelle; Jaime Ziegler; Joel Machado; Laedio Martins; Fabiano Foggiato; Lara Bittencourt; Maiquel Reichert; Jefferson Ilha; Fabio Dotto Machado; Clarissa Pippi de Medeiros; André Assmann; Ricardo Rossato; Gustavo Barros; Silvana Macedo; Nélio Almeida; Geberson Vargas; Jair Alves; Marcelo Rech; Paulo Fontoura; Rose Mary Severino de Almeida.

Apoio: Refrigerantes Vontobel (Coca-Cola); Pubblicitá; Som Brasil; Gilmor Tondolo Transportes; Nutrepão; Milímmetros Produtora de Vídeo; Mário Cabeleireiros; Foto Fácil; Art Quadros; Ugalde Móveis; Linea Produtora de Vídeo.

Agradecimentos: Brigada Militar; Departamento Municipal de Trânsito de Santa Maria; Prefeitura de Santa Maria; Quitandas Bar (Jair Alves); Aldema Mennine Trindade; Fabio Dotto Machado; Fabrício Ries. Realização: UFSM, Curso de Extensão em Cinema Digital (Coord. do Curso prof. Rondon de Castro).


terça-feira, 10 de junho de 2008

Entrevista com Miran, designer gráfico e editor da revista “Gráfica” - Arte Internacional - por Felipe Stanque Machado Junior

Quem sou eu: Oswaldo Miranda (Miran), designer gráfico, reconhecido no Brasil e com reputação internacional comprovada, basta acessar a pesquisa “Google” para confirmar veracidade, digitando na busca: “Miran (Oswaldo Miranda)” ou Designer Miran ou Cartunista Miran (Oswaldo Miranda). Mas estou aqui, para receber e responder recados de pessoas interessadas em meu trabalho gráfico e cartuns. Deixo recados para visitarem os meus “blogs” e ter uma interação legal...
É assim que Miran se apresenta no site Orkut desde abril deste ano. Para felicidade e deleite dos apreciadores do trabalho deste multitalentoso designer, Miran busca maior contato com seus fãs por meio da Internet. Além do canal pelo Orkut, expõe parte de sua vida e obra em seus blogs sobre ilustração, cartuns, design e, claro, sobre a revista Gráfica - Arte Internacional.

Segundo Miran, ele faz a postagem nos blogs com breves comentários para que os interessados possam conhecer ou rever trabalhos de relativa importância com uma espécie de informação quase didática. "Longe de mim, tentar um tom 'professoral'", afirma. "Pois então, estou começando a me familiarizar com as ferramentas do Blog para trabalhar. Perco um pouco de tempo 'caçando' as imagens e escaneando algumas que não estão no meu arquivo de imagens do PC. No dia da atualização, vou colocando tudo meio intuitivamente. Como estou misturando as peças, não me preocupo muito com a "atualidade" delas não, me preocupo mais, em fazer um leve comentário. Comentário até bem descontraído, assim como faço com os títulos das postagens dos cartuns."

Iniciativas deste tipo eram esperadas por seus admiradores há tempos! De Miran o que não falta é produção para se montar uma grande exibição virtual. Na ânsia de compartilhar maiores informações sobre o trabalho e a vida dele, em 2004 criei no Orkut a comunidade “Fãs do Oswaldo Miranda -Miran”. Felizmente a comunidade deu certo e, por meio desta, Bellysa, filha de Miran, acabou me conhecendo e intermediou o convite para a entrevista que apresento nas próximas linhas.

Eu e alguns alunos de design editorial, do Curso de Design da ULBRA no campus de Carazinho, RS, formulados algumas perguntas que foram rapidamente respondidas por e-mail. Antes de responder, Miran já avisava que não economizaria nas palavras. Realmente, para nossa satisfação as respostas não foram curtas! É um enorme prazer saber um pouco mais sobre o mais renomado designer gráfico do país. Além de ser uma referência muito importante, Miran é um ídolo para muitos, não só no Brasil. Registro aqui meu agradecimento a Miran pela solicitude e pala maneira tão gentil como conversou conosco.

Uma boa leitura!
Felipe Stanque



Augusta S. Citron - Qual foi o primeiro trabalho que se tornou conhecido, abrindo definitivamente as portas para o crescimento profissional?
Sem dúvida, o trabalho que realmente me deu notoriedade foi a direção de arte do jornal “Raposa” (hebdomanário de cultura e humor insertado a cada dois domingos do mês no jornal “O Diário do Paraná”, 1976-77), com o qual ganhei várias medalhas de ouro e prata no Clube de Criação de São Paulo (CCSP) [em 1977], fazendo com que o júri por unanimidade, reservassem um caderno “Ouro” especial, para o meu trabalho. Fato único em toda a história do CCSP. Lembre que eu era um paranaense, portanto fora do eixo São Paulo-Rio, e o grande número de medalhas naquele ano me fez desbancar todas as estrelas do momento e chamar a atenção do mercado. A “Raposa” teve dois períodos: como encarte no Diário do Paraná, no início dos anos 70, e finalmente em 1981-83, como veículo cultural da Fundação Cultural de Curitiba. [Miran ainda reforça que em 1976 recebeu duas medalhas de prata no CCSP pelo “Jornal de Humor” publicado no Diário do Paraná entre 1974/75].

André Gehlen Ferrari e Ana Claudia G. Pinto - Miran, quais são seus principais clientes hoje?

Os meus principais clientes hoje são a Posigraf (faço todo o material institucional). Embalagens, materiais para workshops e produtos especiais da gráfica Posigraf (somente materiais para a mídia impressa), SESC São Paulo e Piracicaba (para uma gama de eventos e exposições anuais) e a Dynamic Graphics, Inc. USA (com a qual tenho contrato vitalício, assinado em 1983). No caso da Dynamic, a minha produção concentra-se na ilustração.
André Gehlen Ferrari - Que tipo de trabalho você prefere fazer? André, o meu trabalho preferido é mesmo para a área editorial. Eu quase repito aqui, a resposta que dei em uma entrevista para a revista “ARC-Design”. É que o editorial pede um clima, um tratamento específico, dependendo do apelo que o texto exige (diferentemente do material impresso para estúdios e agências onde o marketing exige outro tipo de comportamento e análise) e posso utilizar com bastante ênfase aquilo que mais domino: ilustração e tipografia. Gosto de trabalhar até mesmo com a ilustração de terceiros, pois vejo o diretor de arte (especificamente na área editorial) como um diretor de cinema. Organizando os elementos, fazendo uma espécie de coreografia e se preocupando com o enquadramento das fotos. Muitas vezes, na paginação de um livro ou numa seqüência de um ensaio em revista, eu utilizo uma linguagem quase cinematográfica, dando o ritmo próximo o da edição de um filme. Planejo a ampliação ou a redução da imagem, o que deve ficar em primeiro plano até, aquilo que deve merecer um “close-up”. Ou por que não, um “zoom-out”?

Ana Claudia G. Pinto - Com o que você mais se identifica no seu trabalho?
Com a tipografia. Antes de começar qualquer trabalho gráfico, o meu vício é pensar tipograficamente. Seja para a construção de um logotipo, para o título ou a imagem de um cartaz ou para o layout da capa de um folder. Mesmo até, que eu resolva tudo diferentemente dos meus esboços iniciais. É muito comum jogar os primeiros estudos fora. Faço tudo em miniatura no papel. Quando decido pela tipografia vou em seguida para o PC e faço testes como funciona esta ou aquela fonte dentro do meu raciocínio. A única coisa que faço realmente sem a tipografia vir em mente, é o cartum.

Ana Claudia G. Pinto - Se fosse outro designer, qual gostaria de ser?
Esta sua pergunta é capciosa. Eu vou responder tentando fazer graça. O Milton Glaser seria um profissional que eu gostaria de ser ou ter igual talento. Ele é ótimo designer, pintor, ilustrador, ceramista, tipógrafo. Cozinha bem e é um sujeito alto. Mas, pena que é “careca”... Mas a minha tendência seria mesmo ser como o meu sponsor, Herb Lubalin. Envolvido sempre com a tipografia e a arte editorial. E o mesmo sonho: fazer revistas. [Milton Glaser na Gráfica #56]

Larissa Berwig - Você acredita em inspiração e no “branco” na hora da criação? Acontece com você?
Olha Larissa, eu não acredito em inspiração. Acredito sim, no “branco”. Você sabe que a inspiração é na verdade a informação que v. tem. Por isso, quanto mais velho você for, mais rápida vem a solução ou a “inspiração”, pois você já passou por problemas como aquele, já enfrentou dificuldades quase parecidas. As coisas parecem fluir mais fáceis a cada dia que passa. Isto é “batata”, para nós designers, para um arquiteto ou para um redator (para o qual, a informação é também, a sua fonte de inspiração) que não precisa ser escolado, mas para ter a inspiração sem dúvida, deve ler muito primeiro. Agora, o “branco” existe para todos e faz parte daquele “pedaço de insegurança” que todos nós temos. Não sei explicar em que parte do cérebro ele fica. Eu enfrentei o “branco” de forma mais forte quando me convidaram para fazer a identidade do NovoMuseu. A verdade é que quando fui para a reunião de fato, tinha quase certeza (pelos contatos anteriores) que o nome do museu seria Museu de Arte do Paraná (MAP) ou Museu Oscar Niemeyer (MON). Quando o Jayme Lerner veio com o “Novo Museu” (eu é que juntei as duas palavras: NovoMuseu) toda a construção tipográfica que eu havia criado mentalmente, desmoronou. E como havia muita pressão, muita cobrança antecipada, pois todos diziam que eu iria fazer um trabalho ímpar, as “letrinhas” das imagens que eu já havia construído, caíram quase que, literalmente no chão. Me deu o branco, não via a hora de sair da reunião. Cheguei até, a pensar em recusar o trabalho. Mas no dia seguinte, a experiência, a escola do dia-a-dia falou mais alto.

Felipe Stanque - A revista Gráfica tem uma trajetória heróica em função dos obstáculos que conseguiu superar. Como foi manter a gráfica nos momentos mais difíceis da revista, em meados da década da 90?
Ainda nos anos 90, até 1994-95, o patrocínio do banco Bamerindus assegurou uma certa periodicidade. Havia alguns atrasos na entrega da revista, por uma falta de respeito do fornecedores. Como já sabiam que o patrocínio estava no fim e o pagamento deles assegurado, não se preocupavam mais em me agradar. E olha, um desses fornecedores ingratos foi a Pallotti, do Rio Grande do Sul. Entregaram a “Gráfica” #42 (toda em preto e branco), praticamente impressa em papel jornal. Foi de amargar! Da edição # 45 até a # 51, foi uma mistura artesanal (serigrafia, Xerox 9500 com offset intercalada). Exceção da # 49, que fiz luxuosa com “luva” (4 capas), papel vegetal, postais encartados. Esta edição foi em homenagem ao David Carson que estava arrebentando no mercado. A minha sobrevivência foi através da tiragem limitada destas edições vendidas como livros de artistas plásticos. Numeradas, encarte com o nome do comprador etc. e graças as ilustrações que eu vendia para a Dynamic Graphics.

Felipe Stanque - Como foi a concepção e o início da Gráfica? É verdade que você vendeu o carro para dar vida a este projeto?

A revista nasceu quase como para compensar duas “tragédias” pessoais: a morte do Herb Lubalin que foi para mim, um baque emocional e me fez desinteressar de ingressar no suplemento dominical do New York Times em 1981, e da atitude da minha esposa que forçada pela família, se negava a mudar-se comigo definitivamente para os Estados Unidos. Resolvi aproveitar os contatos que tinha feito com as pessoas indicadas pelo Lubalin e com as prints e materiais impressos que eu havia ganhado dele, do Daniel Pelavin, Fernando Medina, Lou Dorfsman, Alan Peckolick e do Mo Lebowitz (impressão em wood type) para montar a primeira exposição internacional de arte tipográfica no Brasil, a “Grafia”. Que realizei por três anos consecutivos na Galeria Acaiaca (no Largo da Ordem), em Curitiba. Como os participantes exigiam um certificado e um catálogo da exposição, me comprometi a compensar publicando-os em seguida, na revista que planejava fazer: a “Gráfica”. Sim, realmente vendi o meu carro - marca: “Puma” ('80), um terreno à beira do mar na “Praia de Leste”, litoral paranaense e o terreno onde ia construir a minha casa no Jardim Monte Parnasse. Não preciso explicar que a minha esposa não amou muito a estréia da Gráfica em 1983. Ela só passou a reconhecer a importância e a compensação profissional de fato, um ano depois da revista ser lançada. (Explico: Lubalin é que me apresentou para o Diretor de arte Louis Silverstein, responsável pela contratação de profissionais para o departamento de arte do New York Times e prometera envolvimento pessoal e orientação profissional no desenvolvimento da nova “cara” que poderíamos dar ao suplemento dominical. Acontece que poucos meses depois de toda a troca de informações e preparo dos papéis para a minha mudança definitiva, Lubalin faleceu).

Lucas Vogelmann - Além da Revista Gráfica, há algum trabalho seu que seria, de certa forma, um favorito?

Sim Lucas, o meu trabalho favorito é todo o desenvolvimento da identidade visual do NovoMuseu, os designs de produtos, livros e catálogos que estava preparando para as exposições que chegaram e para outras que estavam por vir. Uma delas, só para a sua informação, era uma idéia minha, seria montada no grande pátio denominado “Jardim das Esculturas”, uma réplica da casa do arquiteto holandês: Gerrith Rieteveld, a casa “Schröder”. A fantástica casa desenhada em 1924-25, cujas paredes correm, outras abrem como portas de varanda. Seria através de um acordo com o Consulado Holandês e entre construtoras holandesa e brasileira. O “NovoMuseu” tinha três palavras abaixo do logotipo: Arte, Arquitetura, Cidade. O design de produtos, a arquitetura e o urbanismo seriam os pontos fortes do museu. Não apenas as freqüentes e comuns exposições itinerantes que rondam os museus. Tinha toda uma filosofia, uma ligação do homem com o seu habitat e o seu em torno.

André Gehlen Ferrari e Felipe Stanque - Você acompanhou plenamente a transição das técnicas analógicas para as digitais no mundo das artes gráficas e do desenho. Como profissional de criação, o que isso representou para o seu trabalho? Tem saudade de alguma técnica hoje não mais usada?
A evolução era inevitável, mas existe um pouco de falácia nesta história que o computador e os seus programas específicos, para uso do design gráfico vieram para mudar tão radicalmente a nossa vida profissional. Afinal, até agora, ninguém faz design gráfico mais bonito ou desenha melhor por causa disso.Claro que na minha área - de design editorial, ilustração e identidade visual - toda esta parafernália tecnológica existe somente para agilizar o andamento das coisas. Preciso de dois programas par cumprir minhas tarefas. É bem verdade que hoje não dependo de um laboratório fotográfico, recebo imagens e textos por e-mail, manipulo, retoco e diagramo páginas sem utilizar sequer um único material de desenho. Há ainda a vantagem de finalizar tudo da forma mais limpa e técnica possível e, depois, empacotar tudo num só CD. Mas a máquina não cria e nem me ajuda a pensar melhor. Portanto, ainda sou insubstituível. Veja, na caligrafia e na ilustração que eu faço em particular, realizada com bico de pena, o computador não serve para nada, a não ser, para colorir ou arquivar a imagem escaneada. Agora, para o designer que trabalha com animação, na criação de jogos eletrônicos, que faz design de produtos e ou webdesign, aí sim, acho que é quase impossível produzir bem sem o auxílio dos equipamentos e programas que a cada dia são mais aperfeiçoados. Um bom exemplo é o da animação fractal: quanto mais técnico você for (leia-se também, quanto melhor e mais avançado for o equipamento) mais competente será o resultado. Como eu ainda continuo a sujar as mãos no pincel, a engatar de quando em quando a ponta da pena no papel, não tenho motivos para sentir saudades. O que não tenho saudade nenhuma, é do past-up , da velha cola de borracha, dos fotolitos remendados e sequer da colagem letra-por-letra, para montar um título Nada como ter fontes digitais, comprá-las através de um simples download na Internet. Viva mais ainda, a gravação de chapa direta enviada de bureaus distantes.

Lucas Vogelmann - Grande parte de seus cartuns expostos no seu blog tem como temática a guerra. Para quem são esses trabalhos?
É verdade, Lucas. Muito cartum de guerra, não é? Estou desafogando o material que fiz para o meu segundo livro de cartuns: “Miran. Um Cara Que Continua Correndo Risco”, cuja capa é predominada por uma foto de uma velha caneta tinteiro e sua pena enferrujada. Vou postar no Blog de cartuns, em junho. Era para ter lançado no final do ano passado mas a coisa apertou, a gráfica que vai fornecer o produto impresso adia para fazer uma coisa lucrativa. Mas sairá até setembro, sem falta! Vou tentar lançar o livro, justo no dia 11 de setembro. Assim, concluo mais 30 cartuns que ainda estão à lápis.

Lucas Vogelmann - Como você vê essa situação de ser um profissional extremamente reconhecido e, ao mesmo tempo, apresentar essa timidez e, principalmente, manter a humildade?

Não sei te responder com muita clareza Lucas, cada pessoa tem as suas virtudes e os seus defeitos, não é? No meu caso é conflitante, pois sempre gostei de dividir as minhas informações com as pessoas, nunca tive inveja dos meus concorrentes, pois até publico seus trabalhos novos ou velhos na minha revista. Como tenho um problema de não me sentir à vontade diante de estranhos, cometo o grave pecado de não poder dividir os meus conhecimentos, as minhas informações frente à frente dos interessados através de uma palestra, de uma roda de debates. Cheguei a fazer algumas vezes, a última, na Bienal de Cerveira (Portugal) em 1988. Em compensação, fiquei dois dias doente. Um antes da palestra, outro depois... Quando cheguei nos cinqüenta e dois anos, adquiri uma espécie de “síndrome do pânico”. Ainda bem que tenho a revista para fazer esta “troca”, tenho a minha biblioteca particular que no ano que vem ou mais tardar, em 2009, abro oficialmente para estudantes. Agora “descobri” o blog para fazer esta troca, esta interatividade, mas me preservando, deixando a minha timidez me engolir de vez!

Lucas Vogelmann - Entre seus trabalhos, nota-se o trabalho para o Novo Museu. Como é para você ver um trabalho seu de tamanha qualidade ser simplesmente descartado e substituído?
Lucas em duas perguntas anteriores, você já está recebendo informações fragmentadas do que foi o “NovoMuseu” para mim. O pior na história do NovoMuseu é a “política” envolvida. Aliás, a política é o grande câncer deste país. Como o prédio e o terreno do “NovoMuseu” é justamente dentro do Centro Cívico ( quer dizer, instalações da maldade burocrática e política ), ele pertence ao governo. Quem estiver governando, manda e desmanda no museu. Para azar nosso, em 2003, quando o “NovoMuseu” com parte totalmente reconstruída e a parte nova edificada, o atual governador Requião, ganhou as eleições (atual porque foi reeleito por 120 votos apenas, de uma cidade do interior). Como ele tem rixa pessoal com o Jayme Lerner, ele sempre procura “demolir” tudo o que o outro constrói. Não é a primeira vez, ele já fizera isso em outros governos e prefeituras que disputaram. Fez com o “Centro de Criatividade”, com o “Zoo”, com o “Parque das Ciências” que ele fechou para guardar trator. No caso específico do NovoMuseu, começou pelo nome. E a minha maior decepção foi o Sr.Oscar Niemeyer. Explico: quando na reunião sobre o batismo, o nome do Museu estávamos todos diante um telão através de um conferência via satélite, o Oscar Niemeyer negou a utilização do seu nome. Quis dar uma de modesto etc. e depois concordou com o novo governador que ganhara a eleição com o apoio do PT, que conseqüentemente tinha o apoio do Lula, que petista agrada o comunista Niemeyer, que... Então, todo o nosso trabalho foi encostado, mas tenho esperanças que ao terminar o mandato do tal Requião, qualquer outro responsável (que não da família do dito. A mulher dele é que é a atual diretora do Museu) venha aceitar a minha implantação visual, pois ela já fora criada pensando no nome do Niemeyer, a jogada do “circulo” vermelho para a letra “O”, que faz o MON etc.

Lucas Vogelmann - Com 16 você concluiu os conhecimentos sobre a técnica da ilustração e das artes gráficas na Famous Artists School - FAS - Course of Commercial Art and Illustration. Como você teve essa oportunidade de estudar no exterior? Seus pais o incentivaram?
Lucas, o FAS era uma escola de arte por correspondência. O nome completo: Famous Artist School - FAS a International Correspondence Course of Commercial Art and Illustration. Com cursos em espanhol ou inglês. Eu tinha apenas 14 anos, quando ganhei o curso de meu tio e padrinho de batismo Hamilton de Souza Miranda, que trabalhava na alfândega portuária de Paranaguá. Ele vira os anúncios na revista “LOOK” em espanhol. Para mim, foi uma grata e valiosa fonte de informação, principalmente para um garoto que só queria saber desenhar e que não via nada no horizonte a não ser ver navios (me perdoem o trocadilho). Acredito que me orientou bem, talvez por isso, eu não seja mau desenhista. Nunca dei muito crédito a este curso até ter 24 anos, quando fui saber de fato que eram os “monstros” que faziam as apostilas, as correções e os livros modelos: George Giusti, Robert Fawcet, Albert Dorne, Robert Peak entre outros. Mais tarde, em 1981, quase chorei, pois fui premiado na Society of Illustrators of New York (exatamente no “Show '22th Annual Exhibition” da SI - os meus trabalhos foram expostos e publicados no livro anual “Illustrators' 22”) conheci o então diretor da associação: Terrence Brown (que lá está, até hoje) e com ele vi no Hall of Fame, as fotos e obras destes meus mentores, veja só!
Felipe Stanque - Dos cursos que você fez no exterior, qual foi o mais significativo? Os mais marcantes para mim, e que tive melhores proveitos, foi o [workshop] da “New York Public Lybrary” (NYPL). “Editorial Art - Books and magazines” que continha workshops com Herb Lubalin e Mo Lebowitz (1980) e o curso “Advertising design and illustration & cartooning” com Harry Borgman na Art School of the Society of Arts and Crafts (atualmente Center for Creatives Studies). No segundo caso, as aulas ministradas por Borgman sobre a técnica do bico de pena.

Felipe Stanque - E dos prêmios que você recebeu no exterior, qual foi o mais gratificante para você?

O primeiro prêmio internacional pela “CA - Design Annual” da Communication Arts magazine em 1978, na categoria Editorial e Promotional design, pelo fato de estar concorrendo com centenas de designers e diretores de arte do mundo todo e saber que o seu design a sua idéia prevaleceu já que, o resultado gráfico do material enviado era visivelmente inferior. Não é como hoje, que é quase impossível você saber a procedência de um trabalho impresso. E todos sabem que a seleção da CA é uma das mais rigorosas.

Lucas Vogelmann - Mas agora, saindo um pouco de seu trabalho, fale um pouco sobre o Fraga, por favor. Quem é ele? Porque aquelas frases no seu blog?

O Fraga [José Guaraci Fraga] é um humorista famoso. Gaúcho. É um redator que circulou o Brasil, foi interino do Millôr Fernandes, na “Isto É” e Jornal do Brasil, confidente e amigo do L.F.Veríssimo para quem se vestiu a caráter para inspirar o “Analista de Bagé”. Inclusive, saiu caracterizado de “Analista” em várias capas dos livros da LP&M. Organizou uma série de exposições de cartunistas do sul do Brasil e coordenou as “Antologias de Humor” vols. 1 e 2 (para quem fiz as capas) Editora LP&M, etc. Para ele diagramei um livro antológico do humor brasileiro: “Punidos Venceremos” que saiu por várias editoras em terceiras e quartas edições. Uma delas pela CODECRI do Pasquim. As frases que utilizo são do livro “Punidos Venceremos”. São realmente geniais! E como acredito que a “aura” boa do meu amigo Fraga é contagiante, faço questão de ter a companhia dele nos meus blogs de cartum e design por que ele oferece também, um toque de “inteligência” aos meus blogs.

André Gehlen Ferrari - O que você pensa que está faltando nos cursos de design do Brasil?

Eu acredito que hoje, os cursos de design no Brasil estão muito bem. Quase todos têm uma razoável infra-estrutura e temos conhecimento dos professores dedicados etc. Sinto apenas (pelo que ouço e me contam) a falta da presença de professores convidados. Deveria ter verba disponível para os professores visitantes estrangeiros e brasileiros. Também deveriam ser dinamizadas as palestras ou mesas redondas com profissionais, mesmo que da “velha guarda”, a presença dos autodidatas que não sejam diplomados mas que possam oferecer valiosos workshops...

Alan Mafalda - Miran, você tem alguma mensagem para os alunos de Design da ULBRA Carazinho quem sonham em ter sucesso como designers?
Não tenho uma mensagem específica, repito o que falei outras vezes, acho que tem designer demais se formando para pouco mercado de trabalho. Quero dizer, “mercado” claramente disponível. A grande maioria sai da faculdade para as agências de publicidade que mal se agüentam em pé. Não vislumbro um mercado muito promissor para o grande número de designers que terão que apanhar uma fatia nada generosa do bolo que aí está servido. Mas se o jovem designer procurar angariar um novo mercado que está surgindo em editoras, lojas de departamentos e grandes Shoppings (é o momento para jovens profissionais montarem os departamentos de arte in-house, como tem nos Estados Unidos. Haja visto o grande volume de dinheiro investido para montarem estas lojas). Está na hora de tirarem este tipo de trabalho em potencial das mãos das agências de publicidade, até por que, eles mal cuidam da parte impressa, do institucional e do varejo interno, o que eles querem mesmo, é faturar através da mídia eletrônica. Os estúdios especializados em websites e as gravadoras médias e pequenas podem ser um bom começo para a futura vida profissional de um jovem designer.


Algumas citações sobre Miran e seu trabalho

Oswaldo Miranda, mais conhecido como Miran, um dos maiores designers do mundo, começou sua carreira ainda nos anos 1970, trabalhando como diretor de arte em “O Raposa”, encarte do jornal Diário do Paraná. Alcançaria a fama, ganhando diversos prêmios e reconhecimento mundial, entrando em contato com designers de renome internacional. Tais contatos, possibilitaram o êxito da exposição de 1982, realizada em Curitiba, que contou com trabalhos na área gráfica de diversos países. O catálogo desta exposição tornou-se, então, o primeiro número da revista Gráfica. Esta publicação, tornou-se um importante canal de intercâmbio entre os trabalhos realizados no Brasil e no exterior, mesclando a apresentação de novos talentos com outros já consagrados. Em 1990, a Gráfica começou a ser distribuída na Europa pela editora suíça Rotovision. A partir de 2001, Miran firmou parceria com a Opera Graphica na produção da revista – que passou a ser distribuída pela Editora Escala.
Opera Graphica Editora.
Acesso em 10 jun. 2007.
A melhor revista de artes gráficas do Brasil, a “Gráfica”, é editada pelo curitibano Osvaldo Miranda, que assina pelo pseudônimo Miran, um craque do traço que não fala com ninguém, nem com os estudantes, muito menos com a imprensa.
Rodrigo Sanfelice, em “Curitibanas: impressões de incursões na capital paranaense”.
Julho de 2002. Acesso em 10 jun. 2007.
Oswaldo Miranda é de Paranaguá/PR [...] É diretor de arte, ilustrador, cartunista e edita a conceituada revista Gráfica. Membro do Clube de Criação de São Paulo, sócio fundador do Clube dos Diretores de Arte do Brasil, do Type Directors Club of New York e do Arts Directors Club de New York. Miran conta com mais de 380 prêmios em design gráfico, sendo 70% internacionais (incluindo no Brasil mais de 25 medalhas de ouro e 35 de prata no Clube de Criação de S. Paulo). Recebeu medalha da Prata na Bienal de Buenos Aires 86/87 (Prêmio: Lápis de Prata), e foi o primeiro brasileiro a ser premiado na Bienal Internacional de BRNO Tcheckoslováquia. Foi também o primeiro designer brasileiro a ser premiado pelo Type Club, CA Annual, A Decade of Type’91, Art Directors Club International Exhibition/New York e pelo Museu do Poster da Alemanha. Como ilustrador, foi o primeiro e único brasileiro a ser premiado na Society of Illustrators of New York. Seus cartuns foram publicados no Pasquim, Ovelha Negra, Folhetim, Zero Hora, Risco, Raposa e Jornal do Brasil, (inclusive com tiras diárias ao lado de Henfil). Em revistas, os cartuns foram publicados na Playboy e na revista Pardon (Alemanha). Expôs em Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, New York, Paris, Montreal, Frankfurt e Tokio. Seus trabalhos em design gráfico fazem parte do acervo de vários museus do Brasil e exterior, entre eles o Cooper-Hewitt Museum (Museu do Design) N.Y. e do Museu do Congresso/Washington.
Alexandre Rampazo, em no web site “Mundo do Design”.
Acesso em 2001.

Extraídas da revista Gráfica #35, na qual é apresentada parte do portfolio de Miran:

Trabalhando com arte-editorial em seu estado natal, o Paraná, no Sul do Brasil, Oswaldo Miranda, conhecido como Miran, é atualmente o artista brasileiro mais conhecido internacionalmente. Um mestre no preto e branco, com uma queda especial pela tipografia.
Editores da “Print Magazine”, EUA.

Seu estilo alegre que rapidamente se transforma em astúcia é, em todo o seu trabalho, com certeza o aspecto mais digno de emulação. Miranda pegou fatores conhecidos, que estavam cuidadosamente ordenados e catalogados em nossas mentes e os viu de uma maneira totalmente nova; sacudiu-os para abrir novas perspectivas. Esta é sua maior proeza; criar um espaço de possibilidades ilimitadas a partir de idéias corriqueiras. É algo realmente digno de um mestre, e esse é exatamente o termo que define Miranda, conhecido como Miran.
Prof. Olaf Leu, para a revista “Novum”, Alemanha.

Quanto ao seu portfolio, ele é extraordinário e estou impressionado com o virtuosismo de seu trabalho. Estou encantado com a oportunidade de ver esta seleção de suas criações.
Saul Bass em carta a Miran.

Para mim, o especial talento de Miran é a sua cabeça inventiva, sua disposição de aventurar e sua magistral habilidade gráfica. Mas é particularmente raro encontrar alguém que possa deslumbrar com o desenho sem ofuscar o significado.
Herb Lubalin para o “UL&C”, EUA.

“Quando Herb Lubalin ainda estava vivo, e preparava artigo sobre você para a U&LC, discutimos seu trabalho. Ambos concordamos que você é um dos mais interessantes e agradáveis designers de hoje, não quero encabulá-lo com meus comentários elogiosos mas, na minha opinião, seu trabalho é de um nível tão alto e marcante que você precisa saber, pelo menos de mim, que tanto Herb Lubalin quanto eu, achamos que você é um dos jovens designers mais brilhantes que já surgiram no cenário do design nos últimos anos”.
Aaron Burns, EUA, em carta/convite para participar do livro “Typographic Communications Today”.


P.S.: Em abril de 2009 a Ana Lúcia Vasconcelos também entrevistou o Miran:

http://www.brazilcartoon.com.br/noticias_descricao.asp?idioma=ptb&grupo=mundo&ID=146

http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=3933




©2007 Felipe Stanque. Permitida reprodução dos conteúdos desde que citada a fonte. As opiniões emitidas pelo entrevistado podem não refletir a opinião do blog, podendo até ser contrárias à mesma.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Comitê científico do CONDERS 2008

Berenice de Oliveira Bona
Reimundo Vicente Werlang

Felipe Stanque Machado Junior

Ilse Ana Piva Paim

Julio Cezar Colbeich dos Santos

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Camiseta para o CONDERS 2008


Ainda definindo o layout, mas será algo parecido com isto aqui. O layout do cartaz ainda precisa ser definido em função dos apoios. Farei a camiseta também em azul com a bola em reflexos brancos...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Nova página do Curso de Design da ULBRA Carazinho

Veja aqui a página antiga (ainda em 14/05/2008)
Veja aqui a nova. E aqui, o blog.
Imagens do CONDERS 2006

Enquanto aguardamos o CONDERS (Congresso Nacional de Design e Responsabilidade Social) 2008, lembramos aqui o CONDERS 2006.
Evento maravilhoso, que fez os designers do Brasil refletirem um pouco mais sobre o seu papel social e sobre o futuro do planeta. A acessibilidade e o ecodesign foram a tônica do evento!




Presença de representantes da Associação das Pessoas com Necessidades Especiais de Carazinho, RS.


Presença de alunos e professores dos cursos de Design, Educação Física, Enfermagem e Pedagogia da ULBRA Carazinho.


Abertura do 1º CONDERS com a presença dos coordenadores de Ensino, Pesquisa e Extensão, do Capelão e do Diretor do Campus da ULBRA em Carazinho, RS.


Da esquerda para a direita: prof. Remi Rigo, diretor do campus da ULBRA de Carazinho; prof. Ph.D. Marcelo Soares, presidente da ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia); prof. M.Sc. Daniel Quintana Sperb, coordenador do Curso de design da ULBRA no Campus de Carazinho.



Palestra com o prof. Ph.D. Marcelo Soares, presidente da ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia).


Palestra com a Designer da Multibrás S.A. Eletrodomésticos (Consul/Brastemp) Anna Cavalcanti.


Palestra com o prof. Pedro Lang, ex-professor da Universidade Federal de Santa Maria, pesquisador sobre educação física e fisioterapia adaptadas.




Professor Paulo Barreto do SENAC de São Paulo.





Web site do 1º CONDERS na Internet.




Proposta de projeto de sinalização do campus da ULBRA em Carazinho para o 1º CONDERS.




Logotipo do 1º CONDERS.



Curso de Design recebe conceito acima da média nacional em avaliação do MEC

ENSINO SUPERIOR – texto por Felipe Stanque Machado Junior

Ministério da Educação aponta a alta qualidade do curso em recente avaliação para fins de reconhecimento.

O curso de design da ULBRA Carazinho passou por momentos decisivos há pouco. A fim de receber o seu reconhecimento oficial pelo MEC, o curso recebeu avaliadores representantes do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em dezembro passado. Foram examinadas meticulosamente as condições do curso durante dois dias: organização didático-pedagógica, corpo docente, corpo discente, corpo técnico-administrativo e instalações físicas. O resultado da avaliação foi recebido em março: um ótimo conceito (numa escala de 1 até 5, o curso obteve nota 4). Um conceito como este é realmente difícil de obter, tendo em vista que a maioria dos cursos de Design avaliados obtém nota 3, e raríssimos são os cursos que obtêm a nota máxima.
O coordenador do curso de design da ULBRA Carazinho, Daniel Quintana, afirma que seu lema é “missão dada é missão cumprida”. Com este pensamento assumiu, há mais de três anos, a missão de transformar a graduação em algo muito melhor do que já era. Com o apoio da direção da ULBRA, dos colegas docentes e dos alunos, as estratégias para aprimoramento do curso foram uma a uma sendo implementadas e os resultados esperados foram naturalmente sendo obtidos. Todo o esforço culminou na recente avaliação do MEC, depois da qual Quintana realmente considerou sua missão cumprida – pelo menos por enquanto, pois ele segue firme capitaneando o curso. Depois de todos os semestres de duro trabalho, os avaliadores apenas puderam comprovar o que já é realidade: o curso de Design da ULBRA Carazinho está entre os melhores do Brasil.
“O trabalho realizado desde 2004 foi muito árduo. Qualificamos nossos laboratórios, professores e também nossa filosofia educacional. De nada valeria todo este trabalho se a avaliação do MEC não nos coroasse. Investimos em um discurso de transformação consciente, onde cada aluno e cada professor seriam responsáveis pelo processo evolutivo da graduação em busca da excelência no ensino do design, já que um bom curso não se faz com máquinas apenas, mas principalmente por pessoas. Hoje o corpo docente encontra-se coeso e fiel a um compromisso moral e profissional em busca da excelência por meio da melhoria contínua”, afirma Quintana.
Segundo Felipe Stanque Jr, também professor de Design, o início de uma grande revolução no curso começou pela própria mudança espiritual de docentes e alunos. “A vitória de um grupo vencedor depende da sintonia, do diálogo e do efetivo comprometimento. Hoje somos todos vitoriosos, direção, alunos e professores, pois estamos muito unidos! Estamos todos sintonizados num excelente clima de trabalho e estudo. Amamos o que fazemos, amamos o Design” afirma.


Design para as indústrias de Carazinho e região

O Escritório de Inovação em Design e Tecnologia Industrial é um departamento da ULBRA Carazinho que pode ajudar sua empresa. O escritório pode colaborar desenvolvendo consultorias e projetos para indústrias dos mais diferentes setores. Atendendo toda a região, primordialmente indústrias, o escritório visa a inovação em design de produtos, design de comunicação e processos industriais, proporcionando a redução de custos de produção e, ainda, maior diferencial competitivo. Por meio de pesquisas e desenhos altamente qualificados, os projetos desenvolvidos dentro do escritório trazem maior valor agregado, maior funcionalidade e estética adequada para o seu produto.

Solicite maiores informações e veja como podemos ajudar a aumentar seus lucros!

Escritório de Inovação em Design e Tecnologia Industrial da ULBRA Carazinho.
Tel.(54) 3329 1111, ramal do Curso de Design.
e-mail: felipedesenho(a)yahoo_com_br